- Acciones colectivas por una educación comprometida con la defensa biocultural y la territorial de América Latina
- Agrobioculturalidade, Campesinato e Associativismo nos Biomas da Bahia
- Educação Profissional, Etnoconhecimentos e Territórios
- Etnobiologia e Interculturalidade para o reconhecimento de Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam) no Semiárido brasileiro
Palestra maravilhosa! Subjulgar os etnoconhecimentos é perder a oportunidade de aprender muito com eles. Tive a oportunidade de trabalhar em algumas áreas com campos de sempre vivas no Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) no município de Mucugê. Nosso objetivo principal era entender o que tinha causado a redução drástica das populações da sempre viva de Mucugê. Nessa experiência descobrimos que após fazer a coleta dos escapos florais da planta os coletores ateavam fogo nas áreas a fim de estimular a floração do ano seguinte. Acreditava-se que esta ação teria causado a redução das populações. Nossa pesquisa concluiu que de fato o fogo parece estimular a floração daquelas espécies de sempre vivas, não foi sozinho o responsável pela redução das populações. O mais provavel é que o fogo em alta frequência e a coleta exagerada dos escapos florais, que contém as sementes da planta, contribuiram para colocar essa espécie de sempre viva na lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção. A oportunidade de conviver e compartilhar estes saberes foram muito enriquecedoras e contribuiram muito para minha formação pessoal e profissional. Juliana Carvalhais Brito.
ResponderExcluirOi Juliana, Bom dia!!
ExcluirQue bom que gostou da fala! E mais ainda que os etnoconhecimentos já fazem parte de seu processo formativo. Parabéns, pela pesquisa e pela abertura de aprender com o outro. De fato, esta questão do fogo é um saber usado por muitas comunidades locais. Aprendi isso com comunidades do Cerrado, quando morei no Tocantins.
Desculpem. Vou refazer minha pergunta pois esqueci de colocar nome completo.
ResponderExcluirO etnoconhecimento é o lastro da pedagogia do saber e do fazer. Quando falamos em solidariedade e justiça social também podemos falar de sustentabilidade? Como trabalhar a sustentabilidade sem aderir ao modelo de desenvolvimento econômico, apenas trabalhar o equilíbrio do território dentro das comunidades tradicionais? Mônica de Farias Bispo Fonseca. Mestranda em ciências Ambientais pPROFCIAMB UFS.
Oi Mônica, Bom dia!!
ExcluirO que entendemos como sustentabilidade é uma noção construída em um modelo de sociedade que pouco se realiza na justiça social e solidariedade. Agora, estas de fato existem no viver de coletivos que se constituem com o ambiente. Assim, transpondo para o coletivo da modernidade, diria que sim: falar de justiça social e solidariedade é falar de sustentabilidade. Penso que falar de solidariedade e justiça social é uma das possibilidades de atender a sua última pergunta. Abraço!
Desculpem. Vou refazer minha pergunta pois esqueci de colocar nome completo.
ResponderExcluirO etnoconhecimento é o lastro da pedagogia do saber e do fazer. Quando falamos em solidariedade e justiça social também podemos falar de sustentabilidade? Como trabalhar a sustentabilidade sem aderir ao modelo de desenvolvimento econômico, apenas trabalhar o equilíbrio do território dentro das comunidades tradicionais? Mônica de Farias Bispo Fonseca. Mestranda em ciências Ambientais pPROFCIAMB UFS.
Professor, ouvindo você falar sobre a escala de lugar, pensei aqui sobre Milton Santos: o espaço, o homem e a cultura. Daí, quando você fala sobre a "Escala de Lugar" posso identificar que seja o mesmo que pensar nossos conhecimentos escrevendo pelos trilheiros dos nossos pés na educação? Usando os valores do território, incluindo as nossas relações de afeto que existem dentro do território? ou melhor, falar que a Escala de lugar seria uma educação territorial?
ResponderExcluirMeu nome: Iassana Rodrigues, professora da SEEDF e mestranda da FE-UnB
Bom dia, professora!
ExcluirSim, Iassana, compreendo que para a escala do lugar se realizar, precisamos estar no chão do território, com seus valores, modos de vida e saberes presentes. Com relação a sua última pergunta, diria que falar da Escala de lugar é uma educação territorializada, pois é preciso este ato de estar e situar-se no território, de produzir ações com este território
Palestra muito boa obrigada
ResponderExcluirEu que agradeço, sua presença e abertura para o aprendizado!
ExcluirGostaria de parabenizar pela conferência e ressaltar que suas ideias me fizeram repensar aspectos da pedagogia e do fazer pedagógico junto ao curso técnico em Agroecologia. Recentemente trabalhamos a reformulação curricular da proposta do curso a ideia de desenvolvimento foi um dos pontos sobre os quais refletimos. Creio que há uma necessidade cada vez mais crescente em reconectarmos aos etnoconhecimentos e territórios. Em atividades de extensão percebo que o processo formativo não tem conseguido fortalecer essa relação. Em algumas experiência com comunidades vejo que os estudantes acreditam que vão oferecer conhecimento aos agricultores, e é preciso desconstruir essa ideia que a escola é dona de uma saber a ser disseminado. Busco criar estratégias pelas quais os estudantes possam conhecer a comunidade, ouvir os produtores, suas histórias de vida, seus saberes, formas de superação de dificuldades e a partir desse envolvimentos instigar os estudantes a investigar situações que desafiam (os próprios estudantes) numa relação horizontalizada de construção de conhecimentos. Creio que no processo formativo, curricular, há um distanciamento ainda muito grande entre escola/vida/saberes tradicionais. Contudo, eventos dessa natureza potencializam e contribuem para a construção de ideias e propostas pautadas em outros principios, mais humanizadores e conectadas aos valores, culturas e saberes dos povos tradicionais.
ResponderExcluirOi Grace, Boa Tarde!
ExcluirFico muito feliz, em ler e saber de ações curriculares como que você desenvolve. Vamos que vamos!!
Palestra maravilhosa! Essa relação com o lugar, enquanto vínculo, raízes e segurança... e de valorizar esses saberes vindos das comunidades tradicionais nessa íntima relação com lugar, é essencial e muito pertinente. Obrigada pelas palavras, professor! Eliane Silva de Queiroz
ResponderExcluirOi Eliane, Bom dia!!
ExcluirAcredito que seja essencial, como você disse, pois faz parte da nossa essência com a Terra, pensada como nossa morada, a relação de intimidade e pertencimento.
Abraços!
Parabéns pela explanação prof. É imprescindível abordar as reflexões em torno do lugar, uma vez que este se constitui como o espaço vivido, experiência imediata das relações humanas e lócus de reprodução social da vida. No lugar se materializam as relações sociais do cotidiano, numa relação intrínseca entre as dimensões do local e global, pois para Santos, “[...] cada lugar é, à sua maneira, o mundo” (2008, p.314).
ResponderExcluirPensar o lugar é entender as relações culturais, econômicas e sociais de um determinado grupo social, assim, por meio dessas relações estabelecidas por esses sujeitos, é possível conhecer as afetividades e simbolismos que permeiam as suas experiências/vivências cotidianas nos espaços rurais.
É na dimensão do lugar que o sujeito se reconhece no espaço. Os conteúdos sociais do lugar são intrinsecamente relacionados a apropriação dos espaços para a reprodução da vida. As reflexões em torno do lugar, se efetivam como o espaço de produção da vida cotidiana. Contudo, a construção da identidade social dos sujeitos está atrelada aos lugares de reprodução da vida, que se manifesta nas relações ali existentes. Nádia de Sousa Silva.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirIsso mesmo, o lugar como espaço de reprodução do vivido. Sem esquecer, que esse lugar dialoga com as outras escalas que permitem ele ser o que é.
ExcluirÓtima palestra, parabéns aos organizadores do I CIEPTER.
ResponderExcluirParabéns mesmo, Ney! Evento muito potente!
ExcluirAbraços!
Parabéns ao professor pela palestra.
ResponderExcluirFalar de lugar, de desenvolvimento, de envolvimento entre os povos, e principalmente da importância da convivência entre os sujeitos valorizando suas culturas e relações preexistentes é muito gratificante.
Maria Erenita de Amorim Coelho
Bom dia, Maria Erenita!
ExcluirPrecisamos sim, falar mais de diversos coletivos e seus saberes. Vamos, que Vamos!!
Parabéns pela espetacular exposição! Como é significativo destacar a importância dos saberes construídos na relação com a natureza, evidenciado nas ações de populações tradicionais. Elas que apresentam um saber e um saber-fazer que é estabelecido nas práticas cotidianas, que é transmitido de geração a geração. Eu trabalho com mulheres extrativistas, marisqueiras e catadoras de mangaba, que desenvolvem suas práticas no litoral sergipano. Elas têm lutado pela RESEX, tendo em vista que as suas áreas de atuação têm sido intensamente degradadas por conta do turismo, carcinicultura, eucalipto... A cada campo aprendia algo que vai além do conhecimento acadêmico. Como é importante trazer essas discussões para academia e, em especial, para a Educação Básica, no sentido de ampliar as pedagogias existentes. Neste sentido, como você alia o etnoconhecimento com a sua prática docente? Desenvolve ações juntos aos (as) estudante que enfatizem o conhecimento tradicional?
ResponderExcluirOi Eliene, Boa Tarde!!
ExcluirSou apaixonado pelo conhecimento de mulheres extrativistas. Em qual RESEX, você fazia atividade de campo?
Bom, sobre aliar a prática docente ao etnoconhecimento, busco sempre romper com a postura de que existe um único conhecimento. Assim a ideia é sempre teorizar as conceituações e temas a partir do diálogo com o outro, ou seja, como que determinada comunidade tradicional concebe o trabalho? o que é o tempo de trabalho, para ela? o que é natureza para ela? Buscar ver com as lentes de outros coletivos
Olá! A Resex ainda não foi implementada. Elas lutam a mais de 10 anos, mas por questões políticas o processo está estagnado.
ExcluirOi Eline, Valeu pela informação.
ExcluirSei bem como é essa luta!
Abraços!!
Professor, Parabéns, pela palestra tão significativa e com uma linguagem bastante acessível. Achei importante a proposta do diálogo ter como base o lugar, não enquanto espaço físico, mas com um espaço social, que ao mesmo tempo que se conecta com o mundo conecta com si mesmo. Por isso, é essencial trazer a vivencia para o ambiente educacional, pois como citado é no cotidiano e no vivido que a relação com ambiente se funda, trazendo a conscientização sobre a importância de conservação do ambiente. Chamou-me atenção também o fato dos pescadores estarem preocupados com a conservação da espécie, a tal ponto de desenvolverem técnicas para mensurar a captura dos Guaiamuns. Gostaria de saber se este projeto foi realizado em canavieiras foi a pouco tempo? quero saber se esta conscientização veio pelo prática cotidiana e pela percepção dos próprios pescadores, ou por uma imposição legal como ocorreu aqui em Valença onde moro?
ResponderExcluirRosimere Silva santos Lima
Oi Rosimeire, Bom dia!!
ExcluirSou um amante do lugar, e das possibilidades que ele permite, no que se refere ao nosso envolvimento e enraizamento com a Terra. A captura dos guaiamuns, aliada à conservação da espécie em Canavieiras ocorreu ao longo do tempo em um diálogo constante de pescadores e pescadoras, equipe do ICMBIO e pesquisadores de algumas instituições. A criação da ferramenta para mensurar o tamanho dos guaiamuns, não se tratou de uma imposição, mas, sim, de uma percepção dos locais.
Obrigada, muito bom saber que esta atitude nasceu de um ato de conscientização a partir da percepção dos sujeitos.
ExcluirA proposta da escala de lugar está muito ligada à noção de território, entendendo-o como o espaço delimitado por relações de poder que acontecem no dia a dia. Milton Santos fala de “Território usado” como sinónimo de espaço geográfico e propõe compreender a fusão entre “fixos” (objetos construídos pela humanidade) e “fluxos” (relações sociais). Juntando as duas ideias, da escalada de lugar e do território, podemos entender como os grupos sociais, como grupos coesos, produzem territórios que são construídos nas relações sociais de reprodução desse grupo e, ao mesmo tempo, na produção e construção das identidades coletivas. Isso não poderia ser possível sem entender que o fazer-se em quanto sujeitas/os, depende do espaço e do uso que o grupo social faz do território.
ResponderExcluirA defesa das singularidades, da qualidade das experiências e dos envolvimentos com o mundo que permitem a criação e fortalecimento de raízes de conhecimento e de segurança, só podem acontecer pela defesa dos etnoconhecimentos. Como proposto por Fábio, reconhecer a diversidade cultural-epistemológica possibilita construir uma “ferramenta pedagógica” para colocar em dialogo os conhecimentos locais e os científicos. Desta forma, os exemplos das experiências das reservas extrativistas permitem enxergar os pilares da proposta do “envolvimento ambiental”: a autosubsistência, conservação do ambiente, solidariedade (com os seres humanos e a natureza), e a justiça social. Assim, compreendemos que a ideia do envolvimento ambiental tem a ver com entender que envolver é se intrometer, se comprometer com algo, caso contrario ao desenvolvimento, como problematizado por Fábio ao explicar o sentido do prefixo “des”.
Para encerrar, gostaria de fazer uma pergunta tomando uma das últimas falas de Fábio quando expressou “as comunidades tradicionais têm uma perspectiva de educação popular” para pensarmos juntos, quais os mecanismos e processos que devemos realizar-trabalhar como comunicadores populares para trabalhar nos nossos processos de “autodescolonização” – entendendo que é um exercício constante – para aprender e trabalhar com as comunidades tradicionais, camponesas e quilombolas?
Obrigado pela partilha e continuemos em diálogo. Julio Itzayán Anaya López
Oi Júlio, obrigado pela troca.
ExcluirO principal processo para sua pergunta é o da abertura. Abertura de aprender com Outro, como o saber dele se constitui, não querendo aprender para ilustrar uma forma de conhecimento, mas, sim um aprendizado que implique nas estruturas ontológicas e metodológicas de como o saber se constitui.
Justamente, isso é o que sempre tentamos como comunicadores, mesmo sendo complicado e cheio de processos adversos. Obrigado pela partilha, continuemos em diálogo. Abraço. Julio Itzayán Anaya López
ExcluirÉ uma pena que a relação do homem com o saber é entremeado pela relação capitalista que destrói a beleza do aprendizado simples, puro, ecologicamente ligado com a força produtiva que o meio ambiente pode proporcionar, nos ensinar... Temos muito a aprender com os homens do campo. Educadores natos e desinteressados, porque apenas desejosos de manterem uma relação dialógica e respeitosa com o "lugar" .O que fazemos? Negamos saberes, fazeres, valores e desejos desses sujeitos...Precisamos mesmo pensar em propostas pedagógicas que valorizem esses saberes, sujeitos e experiências vividas por esses sujeitos.
ResponderExcluirMuito importante o seu trabalho por suscitar debate tão relevante sobre a práxis das comunidades tradicionais apontando um farol para o respeito aos saberes que devem ser sempre valorizados e respeitados. Parabéns pela excelente reflexão!
Nelian Costa Nascimento
Oi Nelian, Bom dia
ExcluirO desprezo pelo lugar é algo que é construído na vivência em uma sociedade que propõe homogeneizar e criar uma única forma de produzir conhecimento. Ter o lugar como referência, mas, que sempre dialogue com as outras escalas, é uma abertura fundamental para ampliarmos nossas maneiras de aprendizado.
Boa noite, parabenizo por toda exposição. Entender o lugar não só físico, mas pela dimensão das subjetividades é muito importante, são saberes que estiveram/estão presentes nas práticas das comunidades, são vivências que merecem ser valorizadas para a identificação de saberes tradicionais alimentares, tradicionais de saúde e de educação. A ciência de grupos sociais que desenvolveram suas formas de contar, medir, cultivar, ou seja, adaptaram seus métodos próprios para realizar as atividades cotidianas no campo, é uma proposta eficaz para construir um currículo que faça sentido para os estudantes.
ResponderExcluirAna Maria Anunciação da Silva.
Opa, Bom dia!!
ExcluirAgradeço os comentários. è isso mesmo, as subjetividades fazem parte do que somos!
Abraços!
Professor, parabéns pela sua exposição maravilhosa, pois é importante trazer essas discussões e ações para o espaço acadêmico e escolar, sempre há aprendizado.
ResponderExcluirO conceito de território pensado em suas multiplicidades e com a seriedade devida. Excelente!
ResponderExcluirParabéns!
ResponderExcluirMuito interessante a sua temática. Obrigada por compartilhar.
O Conhecimento é muito importante, as trocas de experiências , a sabedoria dos mais antigos e valorização do local . Eles também produzem matérias de acordo com suas necessidades.
Ilza Alves Pacheco
Campo Grande/MS
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ResponderExcluirParabéns, pela excelente exposição do tema professor Fábio! Gostei muito das experiências que partilhou conosco, a de Palmeira e a do pescador de Guaiamum, estas experiências demonstram que temos muito a aprender com as comunidades tradicionais e a potência pedagógica que existe nesses conhecimentos. Muito bom poder lhe ouvir e aprender a pensar outros caminhos para a minha prática com os meus estudantes. Gostaria de recomendações de leitura para aprofundamento nesta reflexão que nos trouxe! Grande abraço! Lílian Souza Conceição Santos
ResponderExcluirParabéns pelas ricas falas, professor. Trabalho muito com meus alunos sobre a escala (lugar) pois com a atual conjuntura da educação publica, por ter sido mal gerida por longos períodos, muitos alunos não valorizam o ambiente escolar como deveria ser, mas de que modo esse espaço deve ser valorizado? acredito que trabalhando de modo inclusivo esse espaço desvalorizado.
ResponderExcluirExcelentes considerações, ótimo aprendizado. A cultura se processa nas sociedades, representando cada etnia, hábito/costumes, crenças e a infinidade de características próprias e que diferenciam umas das outras. Gratidão!
ResponderExcluirMaria Ângela Pereira Pedroso